Pouco antes de me graduar, havia decido que, assim que concluísse o nível superior (em dezembro de 2005), iria estudar para me tornar Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB). Os motivos para isso eram: remuneração, reconhecimento e relevância, nessa ordem de importância (1º erro).
Então, depois de um ano de adaptação pós-formado e empregado, entre o final de 2006 e o início de 2007, procurei alguns cursinhos preparatórios e, como era muito ansioso e inexperiente nesse mundo concurseiro, perguntava sempre em quanto tempo normalmente as pessoas passavam para AFRFB. A resposta era sempre a mesma: 2 ou 3 anos. Puts, isso me deixava extremamente desanimado, pois estava acostumado a estudar um ano (vestibular), fazer a prova e reprovar ou passar. Então, quando me davam essa resposta, eu entendia que o curso não era bom o bastante pra mim, e não me matriculava. O que aconteceu? Não me matriculei em nenhum curso e comprei alguns livros para começar a estudar (2º erro). Consequência: um ano depois não tinha estudado nada, só tinha perdido tempo. Lição: deixar de ser arrogante e entender que era mais fácil com a ajuda de outros, principalmente daqueles que eram profissionais do ramo.
Tudo que acontece na vida pode ser motivador ou desmotivador, obviamente. Só depende de como você interpreta os acontecimentos e toma suas decisões a respeito.
Então, no início de 2008 procurei um cursinho (1º acerto). Nessa época estavam estourando os cursos telepresenciais e tinha um bem próximo de onde morava. Lá descobri que tinham colegas de trabalho também com o mesmo objetivo. O que era muito bom, pois trocávamos muitas ideias, experiências, livros.
Durante aquele ano, fazia o cursinho e tentava revisar as matérias nos finais de semana. Era um pouco pesado, pois meu trabalho era cansativo e o curso ia até 11h da noite. Então não tinha muito tempo. Além disso, precisava de vida social, o que também consumia uma boa parte do meu tempo e energia. Mas consegui terminar o curso e estudar por um tempo.
Mudou o ano, perdi contato com meus amigos de estudo, mudei de função no emprego, aumentou muito minha carga de trabalho, noivei, juntei os trapos, deixei o estudo para depois (3º erro - deixar os estudos para depois, só pra ficar claro!). Ao longo daquele ano fiz o concurso para a ANAC e o para a ABIN. O objetivo agora era essencialmente mudar de emprego mantendo remuneração equivalente (4º erro). Estava atirando para tudo que era lado. Consequência: sem estudar é muito difícil passar, logo, reprovei nos dois! O pior, desanimei com as reprovações e não consegui voltar a estudar.
No segundo semestre de 2009, quase que ao mesmo tempo, mudei de local de trabalho e saiu o edital para AFRFB, tradicionalmente realizado pela ESAF. Essa é aquela hora que bate o desespero. O concurso que você queria, sonhava, você ciente de que não está preparado e tem aproximadamente 60 dias para fazer o que não fez em 2 anos!

Não dá pra dizer que a estratégia estava errada, por que eu estava no desespero, não sabia todo o conteúdo, tinha feito poucos exercícios, enfim, não tinha saída. Resultado, não tirei o mínimo na matéria que eu achava que mais sabia, Tributário. Enquanto que todos os meus amigos que tinham começado a estudar junto comigo naquele curso telepresencial em 2008 e permaneceram estudando hoje são Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, graças a seus esforços, à dedicação e à determinação.
Lição: concurso é estudar até passar (lema de William Douglas) e nunca negligenciar nenhuma matéria, principalmente aquelas essenciais para o cargo, por mais que você ache que sabe o suficiente.
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A história continua no próximo post.
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